Pouco mais de um mês e meio após o assassinato da médica Juliana Pimenta Ruas El-Aouar, de 39 anos, crime ocorrido no quarto de um hotel em Colatina, no Noroeste do Espírito Santo, o marido dela, Fuvio Luziano Serafim, se tornou réu no processo. Ele responderá por feminicídio qualificado por asfixia, fraude processual majorada e consumo partilhado de droga. Ele continua preso à dis´posição da Justiça.
Nesta última quarta-feira (18), a juíza Silvia Fonseca Silva, da 1ª Vara Criminal de Colatina, aceitou a denúncia.
A magistrada considerou que estavam presentes na denúncia do MPES provas suficientes sobre a materialidade e indícios de autoria do crime. As investigações foram conduzidas pela Polícia Civil do Espírito Santo e o inquérito remetido ao Ministério Público.
A Justiça de Colatina já havia negado liberdade provisória ao ex-prefeito de Catugi-MG., Fuvio Luziano. Já o motorista do casal, Robson Gonçalves dos Santos, de 52 anos, foi solto nesta quarta-feira, 18 de outubro, após decisão da Justiça.
Por meio de nota, o Ministério Público explicou que pediu o desmembramento do caso envolvendo o motorista, que agora ficará sob responsabilidade de outra promotoria de Justiça Criminal do MPES de Colatina.
O motorista Robson Gonçalves dos Santos, de 52 anos, foi solto nesta quarta-feira, 18 de outubro, após a Justiça conceder a ele um alvará de soltura. Ele estava preso preventivamente desde o mês passado, suspeito de participação no assassinato da médica Juliana Ruas El-Aouar, crime ocorrido em um hotel de Colatina, no Noroeste do Espírito Santo.
O motorista foi indiciado por fraude processual. O Ministério Público Estadual (MPES) concluiu, após as investigações, que ele não teve envolvimento com a morte da médica. Por causa disso, a juíza Silvia Fonseca Silva, da 1ª Vara Criminal de Colatina, decidiu revogar a prisão preventiva de Robson.
No dia do crime, ele estava hospedado em outro quarto do hotel, no mesmo andar onde estavam Juliana e o marido dela, o empresário mineiro Fuvio Luziano Serafim, de 44 anos, apontado pelas investigações como o principal suspeito de matar a vítima.
Por meio de nota, o Ministério Público explicou que pediu o desmembramento do caso envolvendo o motorista, que agora ficará sob responsabilidade de outra promotoria de Justiça Criminal do MPES de Colatina.
“Minha filha foi torturada até a morte”, diz pai da médica
O médico cirurgião, Samir Sagi El-Aouar, que é ex-prefeito e ex-vereador de Teófilo Otoni-MG., falou sobre o assassinato da filha dele, a psiquiatra Juliana Pimenta Ruas El-Aouar, de 39 anos, em um quarto de hotel na cidade de Colatina. Ele disse que a filha foi torturada até a morte.
“Nós estamos arrasados, pensar que uma filha, de 39 anos de idade, médica psiquiátrica, com o futuro todo pela frente, uma filha maravilhosa, um amor de pessoa e é submetida a uma tortura, pois o que aconteceu com ela foi tortura durante a noite toda. Houve taumatismo cranioencefálico em dois locais da cabeça, machucou o estômago, a traqueia e o esôfago dela. Minha filha foi torturada até a morte. Mais um feminicídio neste pais, que eu espero, que se Deus quiser, não vai ficar impune”, desabafou.
“Ele (Fuvio) já vinha batendo nela algumas vezes, dizendo que ela tinha caído dentro de casa, todo dia um olho roxo, uma cicatriz de sete centímetros na região frontal. Tudo isso já vinha acontecendo e ela querendo sair do casamento e ele ameaçando para ela não sair, pois ele não aceitava a separação”, disse Samir.
“Ele programou o que ele fez. Tirou minha filha da minha vida. Amigos, parentes e conhecidos, todos nós estamos sofrendo hoje demais, pelo que ele fez. Não tem justificativa, mais um feminicídio, eu acho que o nosso país tem que acabar com essa matança de esposas, de namoradas, porque isso é um absurdo”, falou.
A família da mineira Juliana Pimenta Ruas El Aouar, de 39 anos, morta na madrugada do último sábado (2), em Colatina, Noroeste do Espírito Santo, acredita que assassinato foi premeditado e motivo por disputa por herança. Juliana era casada com o ex-prefeito da cidade de Catuji-MG., Fuvio Luziano Serafim, de 44 anos, que está preso acusado de cometer o crime.
O crime
A médica Juliana Pimenta Ruas El-Aouar, de 39 anos, foi encontrada morta na manhã de sábado, 2 de setembro, no quarto do hotel em que estava hospedada na cidade de Colatina.
Juliana, segundo a polícia, morava em Teófilo Otoni-MG., e estava hospedada em companhia do marido, Fuvio Luziano Serafim, de 44 anos, ex-prefeito da cidade de Catuji, também em Minas.
Fuvio foi preso, em companhia de Robson Gonçalves dos Santos, 52, motorista do casal.
De acordo com informações da Polícia Militar, uma guarnição foi ao local depois de informação de um homicídio nas dependências do hotel. Quando os policiais chegaram, o gerente do estabelecimento disse que havia uma hóspede em um quarto com o marido e, em outro quarto, estava o motorista do casal.
O gerente do hotel disse ainda que, durante a madrugada, outros hóspedes reclamaram de barulho e bagunça no quarto do casal. Já pela manhã, o marido de Juliana compareceu à recepção do estabelecimento, bastante alterado, querendo pagar a conta, alegando que a esposa estava passando mal e teria desmaiado.
As causas da morte apontadas no atestado de óbito da médica, constam hipoxemia (baixa concentração de oxigênio no sangue), asfixia mecânica, broncoaspiração (entrada de substâncias estranhas, tais como alimentos e saliva, na via respiratória) e traumatismo cranioencefálico (lesão física ao tecido cerebral que, temporária ou permanentemente, incapacita a função cerebral).