A indígena pradense Alice Pataxó entra na lista das 100 mulheres mais influentes de 2022

A indígena da Aldeia Craveiro em Corumbau foi indicada pela paquistanesa Malala Yousafzai, ativista da educação e vencedora do prêmio em 2021

A ativista e geradora de conteúdo Alice Nunes Borborema, a “Alice Pataxó” ou “Nuhé”, 21 anos, indígena natural da Aldeia Craveiro (às margens do rio Corumbau e na extremidade do Parque Nacional do Monte Pascoal de Porto Seguro), na região do balneário de Corumbau, no litoral norte do município de Prado, no extremo sul da Bahia, está na lista das 100 mulheres mais influentes e inspiradoras de 2022, segundo a emissora de rádio e televisão BBC. Alice Pataxó que cursa o bacharelado interdisciplinar em humanidades no Campus Sosígenes Costa de Porto Seguro da UFSB – Universidade Federal do Sul da Bahia e ainda pretende cursar Direito, foi indicada pela paquistanesa Malala Yousafzai, ativista da educação e vencedora do prêmio em 2021, que também compõe a lista. As informações são do jornal A Tarde.

“Tenho tanto orgulho em indicar a Alice Pataxó para o BBC 100 Women deste ano. O compromisso inabalável da Alice na luta que envolve mudanças climáticas, equidade de gênero e direitos indígenas me dá esperança de que um mundo mais igualitário e sustentável está ao nosso alcance”, escreveu Malala.

No jornalismo Alice Pataxó assume uma posição importante na comunicação social indígena do país, como geradora de conteúdo do Projeto Colabora e do Yahoo Notícias, escrevendo artigos sobre a vivência, atualidades e descolonização de povos indígenas e, ainda participa como colunista do Fontes BR e do blog da Tucum Brasil. Ela também é integrante das Cunhataí ikhã (Meninas na Luta) um projeto da ANAÍ-Associação Nacional de Ações Indigenistas, para meninas indígenas de diferentes povos do Norte/Nordeste para incentivar a fala dessas meninas e a missão pela igualdade de gênero e ao acesso à educação nas aldeias e, ainda mais recente se tornou a primeira indígena Embaixadora da WWF Brasil.

Alice tem 170 mil seguidores nas redes sociais, onde aborda questões sobre o preconceito com os indígenas, demarcação de território e o dia a dia da etnia Pataxó, a qual ela pertence. Além cursar atualmente o bacharelado interdisciplinar em Humanidades na Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), ela pretende se tornar advogada especialista nas causas indígenas.

Antes de entrar na lista, Alice participou da 26ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 26), que aconteceu em 2021 em Glasgow, na Escócia, e do prêmio MTV Miaw deste ano. Na ocasião, ela foi homenageada com o trofeu Transforma MIAW, que celebra pessoas que impactam positivamente a sociedade.

“É um prazer imenso receber essa homenagem, não só pelo trabalho que desenvolvemos na luta por um mundo sustentável no amanhã, mas por ter como reconhecida a importância da participação dos nossos Povos Indígenas para alcançar esse objetivo. É a certeza de que não lutamos sozinhos”, escreveu Alice nas redes sociais após a homenagem.

A lista também conta com os nomes de outras duas brasileiras: Simone Tebet , senadora que foi candidata a presidência do Brasil em 2022, e Erika Hilton, a primeira mulher trans negra a ser eleita deputada federal no Brasil.

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