Uma promessa do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, ao presidente da República Jair Bolsonaro, pode retirar o apoio do partido à candidatura de ACM Neto ao Governo da Bahia, e ao grupo de João Doria (PSDB) em São Paulo.
Além de ter Jaques Wagner (PT), como concorrente, o ex-prefeito de Salvador também deve ter o ministro da Cidadania, João Roma, que vai ter no seu palanque o chefe do Executivo em Brasília.
Um aliado de ACM Neto, segundo o Estadão, defende que a insistência de Bolsonaro na candidatura de Roma é para forçar ACM Neto a apoiá-lo publicamente. O presidente do DEM já disse que o União Brasil, partido que nasce da fusão com PSL, não iria se acomodar em nenhum dos “extremos”, seja da esquerda ou direita.
Ao aceitar o cargo como ministro de Bolsonaro, João Roma (Republicano) rompeu com ACM Neto, de quem foi chefe de gabinete pelo município de Salvador. Por enquanto, ele ainda aparece discreto nas pesquisas.
Uma possível aliança na chapa majoritária de Neto não é descartada, mas isso seria abrir mão de disputar outro cargo eletivo e arriscar ficar sem nada.
Em aceno a Valdemar, Neto também tinha anunciado que iria apoiar a eleição de Cláudio Castro no Rio de Janeiro. Agora, ele ameaça romper essa aliança e vetar os candidatos do União Brasil de apoiarem Bolsonaro, se o movimento atrapalhar o seu caminho na Bahia.
A entrada de Bolsonaro no PL vai reconfigurar as alianças locais também em São Paulo. O presidente condiciou a sua filiação à retirada do apoio da sigla ao candidato do PSDB em 2022, por enquanto o vice-governador Rodrigo Garcia.
A intenção do grupo ligado ao presidente é que o ministro Tarcísio de Freitas, da Infraestrutura, seja o candidato em São Paulo, mas nem o próprio integrante do governo confirmou a sua decisão. Sem experiência com eleições, ele pode tentar acertar um alvo mais fácil, que seria o Senado por sua terra natal, o Mato Grosso.