Um total de 3.543 filhotes de tartarugas marinhas nasceram e foram devolvidos ao mar durante a última temporada 2021/2022 no município de Mucuri, de acordo com o levantamento feito pela equipe de monitoramento da SEMAM – Secretaria Municipal de Meio Ambiente. O novo período de desova e nascimento começou no último mês de setembro e termina somente em abril do ano que vem e desta feita os biólogos e fiscais ambientais de Mucuri ganharam o reforço de 57 voluntários, que são pessoas dos mais variados setores da sociedade mucuriense, que percorrem diariamente a extensão da orla marítima até a divisa com o município de Nova Viçosa e informam à equipe de SEMAM qualquer ocorrência de subida à praia das tartarugas marinhas para desovar. Este ano a Secretaria Municipal de Meio Ambiente também conseguiu implantar através de compensação ambiental, um cercado de incubação, para onde os ninhos em perigo são transferidos e os filhos podem nascer com segurança.
Por conta dessa missão de biólogos, fiscais e voluntários, a equipe da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Mucuri (SEMAM), passou nesses últimos dois dias (03 e 04 de outubro) por treinamento oferecido pelo Projeto Tamar, trabalho realizado pelo analista ambiental Marcello Lourenço do ICMBio/Base Avançada do Centro Tamar em Caravelas, onde houve em Mucuri aulas teóricas no auditório da Associação Comercial e Empresarial (ACE) e treinamentos práticos em campo, incluindo a transferência real de um ninho com 120 ovos na praia Jardim das Tartarugas, litoral norte de Mucuri, quando uma tartaruga subiu à praia para desovar bem na noite anterior do treinamento. Além dos voluntários de Mucuri/sede, houve a participação de um casal ambientalista oriundo da praia do Gesuel, no litoral sul do município, área que a SEMAM está estendendo o monitoramento nesta temporada 2022/2023.
De acordo com o secretário municipal de Meio Ambiente de Mucuri, o jornalista e gestor ambiental Ronildo Brito, o objetivo da parceria entre a gestão municipal e o Tamar foi capacitar os profissionais e os mais 30 voluntários mucurienses com novas técnicas de monitoramento das espécies que chegam às praias do litoral de Mucuri, onde as ações de proteção das tartarugas já vêm sendo realizadas, desde janeiro de 2021, com a instalação de placas de alerta e cercados em torno dos ninhos. A vigilância é feita desde o período da desova até o nascimento dos filhotes, principalmente por ocorrerem em praias mais urbanas do município e com grande presença de banhistas.
Conforme o biólogo Sandro Akhenaton Sulz Barros Barbosa, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Mucuri (SEMAM), que coordena o trabalho diário, a ideia da parceira foi justamente pelo fato de o Tamar ser um projeto conservacionista brasileiro, que revolucionou a luta pela preservação de espécies ameaçadas de extinção. Atua na busca pela preservação das tartarugas-marinhas ameaçadas de extinção.
Segundo o biólogo Sandro Sulz, o treinamento possibilitou, especialmente aos voluntários, uma vivência prática muito importante no sentindo de adquirir mais informações sobre o manejo e monitoramento das tartarugas marinhas. “Os ensinamentos passados pelo Projeto Tamar farão toda a diferença nas nossas atividades nas praias de Mucuri, pois no treinamento, muitos dos nossos voluntários, adquiriram segurança para realizar diversas atividades com o devido preparo e organização”, disse o biólogo.
O analista ambiental Marcello Lourenço do ICMBio e da Base Avançada do Centro Tamar em Caravelas, ressalta que o treinamento com a troca de informações sempre faz a diferença, pois amplia os horizontes em relação à metodologia de preservação. “O Projeto Tamar tem uma bagagem de mais de 40 anos protegendo e atuando de forma direta no crescimento populacional das tartarugas marinhas no Brasil. “É importantíssimo ter uma rede com órgãos de excelência que trabalham para a conservação e a pesquisa de animais, como tartarugas, animais silvestres entre outros. O papel do Tamar é desenvolver seus programas e projetos de educação ambiental, inserção social e geração de trabalho, beneficiando as comunidades locais nas regiões onde atua”, disse.
E acrescentou: “Em nosso treinamento oferecido a esta brilhante equipe de Mucuri, foram dadas oportunidades de aprendizado teórico sobre biologia e conservação de tartarugas marinhas, assim como práticas nas atividades de manejo de ninhos, coleta de amostras e registro de dados, manejo de tartarugas e atividades de educação ambiental, entre outras”, concluiu Marcello Lourenço.