Por Ronildo Brito c/colaboração de Neuza Brizola
Morreu na noite desta quarta-feira, 20 de dezembro, aos 75 anos de idade, João Araújo, o pioneiro do jornalismo impresso no extremo sul baiano, fundador dos jornais “O Independente” e “Cidade”, profissional que carregava consigo a força da comunicação política opinativa.
João, como era chamado por seus colegas jornalistas e radialistas, começou sua carreira no jornalismo regional na cidade de Itamaraju, mudou-se para Teixeira de Freitas e ultimamente vinha residindo com sua família em Ilhéus, no sul da Bahia.
Nascido em 15 de maio de 1948, João Araújo iniciou sua trajetória profissional nos anos 1960 no Rio de Janeiro, onde se destacou como produtor musical, promovendo shows de renomados artistas como Gonzaguinha, Alceu Valença, Gilberto Gil, Novos Baianos e outros.
Na década de 80, João mudou-se para Itamaraju, onde se envolveu na política, desempenhando a função de chefe de gabinete dos ex-prefeitos Orlandino Lopes da Paixão e Ailton da Costa Pereira. Foi também em Itamaraju que lançou seu primeiro jornal impresso, “O Independente”.
Nos anos 90, João Araújo mudou-se para Teixeira de Freitas onde fundou o jornal Cidade. Ao longo dos anos ganhou uma legião de amigos e admiradores, mas também alguns desafetos, sendo ele mesmo o principal colunista do Cidade, com a coluna intrigante que ele deu o nome de “A Voz do Dono”.
Diagnosticado com diabetes, João Araújo vinha enfrentando diversos problemas em sua saúde, inclusive dificuldade de coordenação motora e locomoção, sendo forçado a abandonar a profissão que amava e ficar no convívio familiar em Ilhéus, sua terra natal.
João Alfredo de Araújo era o mais antigo profissional de imprensa em atividade no extremo sul da Bahia. Ele deixa 04 filhos e 03 netos. Seu corpo será sepultado em Ilhéus.
Fato intrigante
Entre o desafio da notícia/opinião e as intrigas que conseguiu gerar no meio político por suas opiniões, nos anos 90, João Araújo, de correligionário passou a ser desafeto do então prefeito de Itamaraju, Orlandino Lopes da Paixão (em memória), quando estampou em seu “Independente”, uma foto do político de olhos fechados e ao seu lado a sobreposição da imagem de um urubu aparentemente faminto. Depois os dois retornaram às pazes e a alegria voltou a reinar entre o político e o jornalista.