Polícia Civil prende terceiro suspeito da morte de Mãe Bernardete que integrava baralho do crime

Um dos suspeitos de auxiliar no plano de execução da líder quilombola ialorixá Mãe Bernadete foi preso na noite de terça-feira, 23 de julho, no bairro de Stella Maris, em Salvador, por policiais civis do Departamento Especializado de Investigação e Repressão ao Narcotráfico (Denarc). Ydney Carlos dos Santos de Jesus, o “Café”, é apontado como gerente do tráfico local e integrava a carta ‘Dama de Ouros’ do Baralho do Crime da Secretaria da Segurança Pública (SSP-BA).
Com ele, também foram apreendidos uma pistola municiada e porções de entorpecentes. O acusado teve o mandado de prisão preventiva cumprido, passou por exames de lesões e segue preso à disposição da Justiça.

Ao todo, cinco homens são suspeitos de cometer o crime, três estão presos e dois seguem foragidos. Segundo a SSP-BA existe um sexto envolvido que teria armazenado as armas utilizadas na execução. Os réus integram uma organização criminosa, cujo líder seria Marílio, conhecido como “Maquinista”, ainda foragido.

Com a terceira prisão, a Polícia Civil, agora, se concentra para localizar os outros dois suspeitos de envolvimento no caso. “O ‘Café’ se via como grande interlocutor entre o quilombo de Mãe Bernadete e o ‘Maquinista’, por seu envolvimento no tráfico e por, também, conhecer o primeiro filho da ialorixá. Na véspera do assassinato, 16 de agosto de 2023, Ydney e Mãe Bernardete tiveram uma discussão acalorada por conta da proibição da instalação de uma barraca como ponto de tráfico de drogas no quilombo, negada pela líder. Então, o ‘Café’, quando soube da informação, articulou com os seus comparsas a execução de Mãe Bernadete”, explicou a delegada-geral da Polícia Civil (PC), Heloísa Brito.

A denúncia do Ministério Público da Bahia (MP-BA) apontou que os ideais da ialorixá e a sua luta para manter a ordem dentro da comunidade quilombola passaram a conflitar com os interesses dos líderes do tráfico de drogas da região. Percebendo que a liderança de Maria Bernadete impediria a expansão do comércio de entorpecentes e de outros negócios rentáveis no entorno da barragem de Pitanga dos Palmares, área de preservação ambiental, ‘Maquinista’ deu a ordem para que Bernadete fosse executada.

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