Por Athylla Borborema
Inicialmente foi encontrado um filhote da baleia-de-bryde, na Praia da Gamboa e na sequência foi achado morto outro filhote de baleia da espécie Jubarte na Praia da Orla da cidade de Mucuri no final da tarde desta quarta-feira (21/09). O jornalista e gestor ambiental Ronildo Brito, secretário Municipal de Meio Ambiente de Mucuri, informou que fez todos os registros dos animais e depois acionou o Instituto Baleia Jubarte para realização de necropsia e retirada de amostras dos mamíferos, além de ter solicitado ajuda da Secretaria Municipal de Obras e Serviços Urbanos para promover a remoção dos animais e destiná-los para um aterro sobre orientação do pessoal do Instituto.
A equipe do Instituto Baleia Jubarte chegou cedo nesta quinta-feira (22) em Mucuri, mas enfrenta dificuldades com a cheia do mar que recolheu as baleias de volta e se aguarda uma nova maré seca para tentar resgatar os cadáveres com a ajuda da Prefeitura Municipal. De acordo com a médica veterinária Adriana Colosio, que com sua equipe trabalha no intuito examinar os cadáveres dos animais e retirara da amostra dos mamíferos em Mucuri, disse que o filhote da baleia-de-bryde, animal nativo do oceano brasileiro, apresenta inúmeras mordidas, provocadas possivelmente por tubarões ou orcas. Já o filhote da jubarte têm cerca de quatro metros de comprimento e que pesa, ainda bebê, quase uma tonelada e apesentava desnutrição, possivelmente sua principal causa morte.
Na fase adulta, uma jubarte chega a pesar 40 toneladas. Ainda conforme a médica veterinária Adriana Colosio, com a chegada do período de reprodução, aumenta muito a incidência destas baleias no litoral da região e algumas podem morrer por encalhes ou mesmo problemas de saúde. No último dia 23 de julho, esta mesma equipe do Projeto Baleia Jubarte esteve em Mucuri para examinar uma Baleia Jubarte, adulta e fêmea, de 40 toneladas, encontrada morta entre as praias do Camurugi e Josuel, no litoral sul do município de Mucuri.
Em relação ao filhote da baleia-de-bryde aparecido morto e todo mordido em Mucuri -, a veterinária Adriana Colosio explica que, não tendo sido tubarão, se é sabedor, que as orcas são exímias caçadoras de baleias, mas isso não significa que estas sejam passivas aos ataques. Ao sentir a aproximação das orcas, uma baleia mãe algumas vezes coloca o filhote a seu lado ou o levanta para fora da água usando a cabeça ou as nadadeiras. Ela também solta enormes bolhas de ar para confundir os animais, ou investir contra elas, golpeando-as com sua cauda e suas nadadeiras.
E segundo os especialistas do Instituto Baleia Jubarte, se baseando com frequência registrada até 20 setembro, entre junho e novembro deste ano, a estimativa é que cerca de 25 mil baleias estejam na região na temporada de reprodução. Os animais saem das águas geladas da Antártica para se reproduzirem no litoral brasileiro, maior o fluxo das baleias é entre o litoral norte do Espírito Santo e o extremo sul da Bahia, em maior número nos litorais de Prado, Alcobaça, Caravelas, Nova Viçosa e Mucuri, no entrono do Arquipélago de Abrolhos, o maior berçário da vida marinha no Hemisfério Sul.