Depois de uma manhã inteira de diversão, brincadeiras, shows e entretenimento para a criançada na Praça da Independência com a “3ª Rua da Alegria” realizada pela Secretaria Municipal de Assistência Social de Itamaraju, a tarde foi a vez da realização de um extenso desfile cívico com a participação das escolas municipais e instituições públicas como a Polícia Militar, Tiro de Guerra 06-025 do Exército Brasileiro, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência e Guarda Municipal fazerem parte das comemorações do 5 de outubro, data que se celebrou os 61 anos de emancipação político-administrativa de Itamaraju.
O secretário Municipal de Educação de Itamaraju, José Ferreira Filho, o “Professor Ferreirinha” disse que a sensação de enxergar a Praça Marechal Castelo Branco repleta de pessoas tem um gosto que a normalidade foi devolvida. “Realizar o desfile depois da pandemia e depois de tudo que passamos com as chuvas em nosso município, é demonstração do nosso renascimento. Ver a Praça Castelo Branco, assim, repleta de gente, e exaltando o nosso povo e a nossa cultura cívica é um momento de muita emoção. Viva o povo itamarajuense e viva as nossas escolas”, solenizou o professor Ferreirinha.
O prefeito Marcelo Angênica (PSDB) ressaltou a importância da participação de tantas escolas como a São João Evangelista que é um colégio particular e tradicional nos desfiles cívicos, Reitor Edgar Santos que uma unidade disciplinada pelo regime militar, além de tantas outras e das instituições da força de segurança, por exemplo. “Diante de todos os desafios que enfrentamos poder realizar este ato cívico, atraindo tantas pessoas, é emocionante e mostra a nossa força, a força que tivemos para nos reerguer”, disse o prefeito.
E acrescentou Marcelo Angênica: “O nosso 5 de Outubro, é uma data, que deve ser sempre lembrada, festejada e respeitada por todos com sentimentos de liberdade e democracia. Este é um dia muito especial para a comunidade escolar. É muito bonito ver a vontade que nossas escolas estavam de desfilar e festejar. É fundamental ensinarmos nossas crianças sobre direitos, deveres e cidadania se quisermos ter cada vez mais cidadãos conscientes do seu lugar na nossa sociedade”, destacou o gestor.
Festa
As comemorações dos 61 anos de emancipação político-administrativa de Itamaraju se encerram com o evento festivo no Parque de Exposições Manoel Pereira na sexta-feira e sábado (07 e 08 de outubro). O local já está sendo preparado com stands, palcos, áreas cobertas e corredores de barracas que farão parte da estrutura que será montada para celebrar o aniversário do município.
Nove atrações farão parte do evento. Na sexta-feira, será o cantor Cecéu Bahia e mais o cantor Pablo, o rei da sofrência, e também o cantor Gabriel Gava. No sábado, além de outras duas atrações locais, como as bandas Carro de Playboy e Chinela de Couro, terá o cantor Léo Santana, Silvano Sales e a Banda Lordão.
História
Tendo como fator a cultura e produção do cacau, café e madeira de Lei, o povoado que já se chamou Santa Maria da Flor do Monte, Dois Irmãos, passou a se denominar definitivamente de Vila do Escondido, passando a fazer parte da divisão administrativa do município do Prado como o terceiro Distrito. Essa série de progresso trouxe entre o final da década de 1950 para o início da de 60 ao governo do prefeito de Prado, José Gomes Almeida, o “Zezé Almeida” a ideia da emancipação do Escondido, surgindo o município de Itamaraju, onde 10 anos mais tarde, seu filho, o advogado Almir Nobre de Almeida, se tornaria prefeito por duas ocasiões.
Finalmente através da Lei Estadual nº 2.509 de 05 de outubro de 1961, foi obtida a emancipação política, passando o município a chamar-se “Itamaraju”. A emancipação política administrativa foi idealizada por José Gomes de Almeida e Antônio Fontes Mascarenhas, homens importantes para a certidão de nascimento de Itamaraju que tanto contribuíram para o seu desenvolvimento e na preservação da memória do município. Itamaraju é uma palavra oriunda da língua tupi. Vocábulo tupi que significa “rio das pedras” ou “pedra das árvores do Jucuruçu”. O nome de Itamaraju foi criado pelo pioneiro do cacau Moisés Santos Almeida, considerado por muitos da região como um poeta alegórico, pelo qual a cidade ganhou a significação da palavra formada por três silabas.
A palavra ITAMARAJU é formada pela junção das seguintes sílabas: ITA – Que na linguagem indígena significa PEDRA, simbolizada pelo conjunto de pães de açúcar cartão postal da cidade “As Pedras do Monte Pescoço”. MARA – Que na linguagem indígena denota matas altas, demarcando à localidade por uma região montanhosa simbolizada pela Pedra do Monte Pescoço e de matas representadas por suas galhas de árvores que se debruçam nas margens do Rio Jucuruçu. JU – Que na linguagem indígena significa água e primeira sílaba do Rio que corta inteiramente o município de oeste/leste, o “Jucuruçu”, que também é termo indígena, numa alegoria poética dos tupiniquins e pataxós.
O pleito eleitoral que elegeu o primeiro prefeito de Itamaraju aconteceu no dia 7 de outubro de 1962 numa disputa entre três candidatos em que se apurou 2.077 votos e o vencedor com 983 votos, com uma vantagem de 46 votos apenas à frente do segundo colocado, foi o potiguar Bonifácio José Dantas, popularmente conhecido pelo apelido de “Chapéu de Couro” que se tornaria o primeiro prefeito de Itamaraju. E como primeiro presidente da Câmara Municipal, para o mandato de 1 ano, foi eleito o vereador Manoel Guedes de Souza.
Bonifácio Dantas, o “Chapéu de Couro” tomou posse como prefeito na data de instalação do município, no dia 07 de abril de 1963, um ano e meio após a sua emancipação política. E mesmo sendo semianalfabeto os maiores feitos do seu governo, foram na educação, inclusive trazendo para Itamaraju uma das maiores referências de projetos educacionais de Salvador na época, o professor Geraldo Magela.