A vitória do presidente eleito Lula (PT) gerou frustração e temor entre oficiais das Forças Armadas, que discutiram seus rumos no novo governo. Apesar disso, não houve qualquer tipo de ameaça e cogitação de resistência ou intervenção militar para a defesa de Jair Bolsonaro (PL), informa a colunista Malu Gaspar do jornal O Globo.
“Os generais de quatro estrelas estão ‘sentados’ na Constituição”; “O clima é de absoluta normalidade. Vida que segue”, afirmaram diferentes interlocutores dos integrantes do Alto Comando do Exército.
Integrantes hierarquicamente abaixo do generalato, no entanto, ficaram frustrados com o que julgaram ser “ignorância do povo”, que não teria entendido “o que estava em jogo” na eleição, de acordo com a colunista. O temor dos militares é por uma suposta desestruturação das Forças Armadas “por meio da intervenção nas escolas de formação e na promoção de oficiais.”
Apesar de tal sentimento, Lula jamais explicitou em seu plano de governo ou sinalizou que desestruturaria as Forças Armadas. E a relativa tensão entre as baixas patentes não será suficiente para atrapalhar a transição do governo com as Forças Armadas, cujos comandantes já avisaram às tropas que não alimentarão qualquer golpismo.