Apresentadora do SBT, Vivi Cake, que tem bilhões de visualizações nas redes sociais, fala sobre luta contra o câncer e retirada total do útero

“É uma coisa que te tira do chão”, fala a influenciadora sobre a sua força para enfrentar a doença

Imagine você às vésperas do Natal receber o diagnóstico de um câncer no útero. Foi isso que aconteceu com a influenciadora Vivi Cake, conhecida por fazer bolos realistas na internet, onde nas redes sociais já seus vídeos já superaram 2 bilhões de visualizações. Apresentadora do quadro “É Doce ou Não É” no programa da “Eliana”, ela seria madrinha de casamento três dias depois da descoberta e viu seu mundo desabar no fim do ano passado.

“A minha reação na hora foi horrível, parecia que o meu mundo tinha acabado. É uma das piores notícias que uma pessoa pode receber. Eu tive muito medo de parar a minha vida ativa, de morrer, principalmente na hora que eu recebi o diagnóstico, porque a palavra câncer é uma coisa muito forte e é inevitável que no momento você só pensa coisa ruim, sabe?”, diz ela, que estava em um momento de muito trabalho e conquistas.

”Eu estava num ano muito feliz com tudo aconteceu e eu tive medo de naquele momento tudo acabar e eu ter que parar de viver a minha vida pra viver uma doença tão difícil. Eu recebi o diagnóstico de câncer em uma data bem emotiva, no dia 20 de dezembro, que estava bem pertinho do Natal. É o momento em que a gente se reúne com a família. Eu também ia ser madrinha de um casamento três dias depois, então foi uma data assim, bem complicada de receber um diagnóstico tão pesado.

A influenciadora diz que quando recebeu o diagnóstico já tinha retirado a lesão. “Veio na biópsia que era um tumor maligno. Não tinha ideia de que a lesão que eu estava retirando do útero se tratava de um tumor maligno. Quando você recebe esse diagnóstico, não sabe em que estágio está a sua doença, se ela se espalhou ou estava apenas naquele foco de tumor. Tive muito medo de morrer, principalmente, até eu fazer todos os meus exames em ressonância e saber qual seria o tratamento mais difícil adequado”.

Foi voltando para casa, dentro do carro, após receber o diagnóstico, que a apresentadora começou a sentir a força que vinha do seu interior. “‘Eu pensei assim: ‘se esse carro bater aqui agora, eu posso morrer e nem de câncer vai ser’. A gente pode morrer a qualquer hora. Um diagnóstico, uma doença, é apenas uma coisa a mais que você tem, que você pode tirar forças para lutar a favor ou contra isso. Tentei ser muito resiliente, usar as minhas forças. Sou formada em psicologia, isso me ajudou muito”.

Formada em psicologia, ela acredita que isso a ajudou na luta, ainda mais pelo fato do seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) ter tido como tema a doença. Apesar de já ter estudado sobre e escutado depoimentos de quem enfrentou o câncer, Vivi só passou a entender, de verdade, a dimensão de tudo isso quando recebeu o diagnóstico. Segundo ela, foi nesse momento que descobriu a força que tinha.

“A gente só sabe a força que tem quando realmente está enfrentando o problema. Você já pode ter vivido esse problema na tua família, com alguém muito próximo, já pode ter visto isso muito de perto, mas realmente você só vai entender de fato quando é com você. É uma coisa que te tira do chão. E eu entendi que eu teria duas escolhas: ou cair na cama e ficar chorando até morrer, até a doença tomar conta do meu corpo, ou lutar e compreender que Deus estava me dando mais uma chance de viver e eu tinha que aproveitar”.

Vivi conta que o momento mais difícil do tratamento foi quando diagnosticada, já que não sabia se o câncer já tinha atingido outros órgãos. “A gente fica muito preocupado com o que está acontecendo com o nosso corpo. Fiquei muito preocupada que a doença tivesse tomado uma proporção que não tivesse mais como ser controlada. É inevitável não pensar nisso, mesmo porque os médicos não te iludem, não te dão a falsa ilusão. Depois que eu fiz todos os exames que eu entendi qual seria o meu processo de cura, eu fiquei muito mais tranquila e com muita força. Eu sempre tento pensar do mais positivo possível, que bom que eu descobri, que bom que eu conseguir me tratar sabe, que bom que eu consigo orientar as pessoas que vêm até a mim”, enfatiza.

A influenciadora conta que os médicos ficaram receosos com sua reação ao saber que teria que tirar o útero. Apesar do sentimento dos médicos, Vivi nem titubeou ao priorizar sua saúde e se colocar na frente de outros desejos, por isso, não hesitou quando soube que precisaria realizar a retirada do órgão. Ela também diz que no seu caso, pela Medicina, ela não está totalmente curada, mas sim que o câncer foi controlado.

“Eu falei: ‘se é pra fazer, vamos fazer logo, antes que eu desenvolva um novo tumor’. Eu tentei tomar as medidas mais radicais para eu ter uma cura total. Me lembro que quando eu fui pegar a biópsia, quando a gente tinha retirado o meu útero, que o médico deu o diagnóstico que estava tudo certo comigo, foi um respiro e eu até perguntei pra ele, ah, e daí me considero curada? Ele disse, é, você precisa fazer os seus acompanhamentos durante cinco anos, mas o meu caso foi um caso que eu consegui o diagnóstico muito no começo. Então eu acredito na minha cura total, eu acredito que câncer vai ficar só uma lembrança na minha vida”, destaca.

Ela ainda não pensa em ser mãe e nem carrega uma tristeza por já não poder conseguir pelas vias naturais. Intensa, a influenciadora acredita que o momento em que conversar com o marido sobre maternidade, fará um jeito de conseguir o mais rápido possível.

“Sempre tive muita consciência da responsabilidade que é ser mãe, cuidar, criar, formar a personalidade de uma criança. Eu acho que até hoje na minha vida eu ainda não tive esse momento, porque eu sempre fui muito focada na minha vida profissional, sempre quis construir a minha vida financeira. Acho que eu estou num momento que eu estou conseguindo concretizar os meus sonhos. Eu e meu esposo nunca nos sentamos para conversar sobre isso, porque o dia que isso acontecer, seremos pais logo. Penso na possibilidade de ser mãe no futuro, mas prefiro não ficar sonhando com isso, porque eu acho que às vezes a gente não realiza os nossos sonhos e a gente se frustra. Certeza que o dia que eu acordar e achar que a hora eu vou eu vou tomar a decisão muito rápido.

O tempo que a apresentadora vivenciou o câncer fez com que ela ressignificasse a vida, se redescobrisse e passasse a valorizar momentos. Segundo Vivi, isso serviu como papel fundamental para se priorizar, ela diz enxergar tudo com mais alegria e viver de forma mais intensa: “Eu acho que sou muito mais agradecida ainda a tudo que eu conquistei, a todas as pessoas que eu tenho em minha volta e até ao apoio dos meus seguidores, das pessoas que estão sempre comigo. Eu fui muito grata mesmo. Então, eu vejo que o câncer mais me ensinou do que tudo”.

Por fim, a influenciadora deixa um recado para quem está enfrentando a doença e alerta mulheres a não deixarem de fazer exames preventivos: “Pense em pessoas que se curaram. Por exemplo, eu pensei muito na Ana Maria Braga, que já lutou contra vários tumores. Na Ana Furtado, que eu a vi fazendo todo o tratamento dela de quimioterapia e sempre trabalhando com alegria e energia. Elas me inspiravam a lutar. Eu só descobri o meu câncer graças aos exames de rotina. Não tive sintoma nenhum. E eu sempre digo que se você tiver câncer, irá descobrir. Melhor que você descubra no começo porque é muito mais fácil o tratamento e muito mais possível a cura”, finaliza.

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