Morreu nesta terça-feira (15/02), o cineasta, cronista e jornalista Arnaldo Jabor, aos 81 anos. Ele estava internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, desde o dia 17 de dezembro de 2021, depois de sofrer um acidente vascular cerebral e sua causa morte foi notadamente pelas complicações do AVC.
Ex-mulher de Jabor e mãe de um de seus filhos, João Pedro, a produtora de cinema Suzana Villas Boas escreveu, numa rede social: “Jabor virou estrela, meu filho perdeu o pai, e o Brasil perdeu um grande brasileiro”. O cineasta deixa três filhos, João Pedro, Carolina e Juliana.
O escritor e jornalista carioca Arnaldo Jabor, foi um cineasta da maior grandeza, diretor de cinema e televisão, produtor cinematográfico, dramaturgo, crítico de arte e colunista de TV. Arnaldo Jabor faleceu aos 81 anos e deixou um acervo incalculável de produções memoráveis, autor de mais de 20 curtas, lançou 10 filmes longas-metragens e publicou 8 livros. Entusiasta da cultura, venceu os mais prestigiados prêmios do cinema e da literatura mundial. Jabor que procurava observar a sociedade brasileira em suas obras, ganhou o “Urso de Prata” com o filme ‘Toda nudez será castigada’.
Nascido em 12 de dezembro de 1940 no Rocha, bairro da zona norte do Rio de Janeiro, Arnaldo Jabor era filho de um oficial da Aeronáutica e de uma dona de casa. Em uma crônica, descreveu o pai como “exemplo de resistência espartana, de chorar sem lágrimas”. “Claro que virei artista, claro que enquanto ele me deu um livro nunca aberto sobre mineração de carvão eu ia ler Rimbaud e escrever poesia”.
Em mais de 50 anos de carreira, Jabor, que foi colunista do GLOBO de 1995 a 2016, viveu entre o cinema, o jornal, a TV e o rádio, ora tratando de política, ora contando uma história da juventude — ou unindo os dois como um malabarista, escreveu uma saga memorável, que fica para o acervo das nações e lhe imortaliza para sempre. Em seus filmes e textos, procurava observar a sociedade brasileira, compreender suas contradições e criticar suas hipocrisias.
Diretor do Cinema Novo, o cineasta inaugurou a linha do “cinema verdade” de Jean Rouch, aproximando a câmera das pessoas nas ruas e dando destaque às contradições da classe média, da qual o próprio fazia parte. Seu primeiro longa-metragem “A opinião pública” (1967) foi um marco no documentário brasileiro moderno.