Belitardo comete o mesmo erro de Bosco e começa a espalhar radares na cidade para multar motoristas

O prefeito Marcelo Belitardo comete o mesmo erro eleitoral de João Bosco com medida infeliz e imoral que implanta radares de velocidade pela cidade objetivando arrecadar dinheiro e gerar dor de cabeça aos motoristas multando-os numa simbiose legal, mas imoral.

Em 2015, no ano véspera das eleições municipais, o então prefeito João Bosco (PT), considerado o gestor que mais trabalhou por Teixeira de Freitas e muito bem avaliado, especialmente pelos investimentos que fez na saúde pública -, cometeu o grande pecado da sua gestão, motivado por empresários sedentos, ao implantar vários radares eletrônicos pelo centro da cidade, sem investimento em sinalização e em educação para o trânsito, quando passou a ficar conhecido como o “prefeito da indústria das multas”. A sua medida impopular lhe custou a sua reeleição no ano seguinte -, mas o prefeito que assumiu em 1º de janeiro de 2017, Temóteo Alves de Brito (PP), teve como primeira ação administrativa, passar o trator por cima de todos os radares da cidade.

Não se exemplando no prefeito Bosco, o prefeito Robério Oliveira (PSD), ao assumir a Prefeitura de Eunápolis em 2017, no ano seguinte, instalou a “Zona Azul” em todo centro da cidade, também objetivando arrecadar com o estacionamento dos veículos nas ruas e avenidas, um espaço que já é do cidadão. A sua decisão soou mal junto à população e lhe custou caro, pois com toda sua habilidade política e fama de gestor arrojado, o ato infeliz ajudou a lhe tirar a reeleição. Já a prefeita Cordélia Torres (UB) que assumiu em janeiro de 2021, como primeira medida administrativa, revogou o contrato com a empresa que explorava o serviço “Zona Azul” naquela cidade.

A grande falta de exemplo no momento vem do atual prefeito de Teixeira de Freitas, Marcelo Gusmão Pontes Belitardo (UB), que começava a dar sinais de avanço no seu governo, terminou iniciando 2023, ano véspera de eleições municipais, tomando outra medida pra lá de impopular e totalmente imoral, pois assalta diretamente o munícipe, visando aumentar a arrecadação com multas. Marcelo Belitardo retornou nesta primeira semana do ano, instalando inúmeros radares eletrônicos pelas as avenidas da cidade, com a finalidade de arrecadar tributos, multando os motoristas. Para isso, ele fechou um contrato com uma empresa que vai explorar o serviço. Embora, nenhum investimento ainda foi feito em sinalização vertical e horizontal dando visibilidade das fiscalizações eletrônicas, e nenhum trabalho público de educação para o trânsito também foi feito e nem se tem notícia de investimentos no sistema de trânsito de Teixeira de Freitas, que é caótico e carece de muitas aquisições.

Os radares já estão funcionando, mas ainda não estão multando, pois se aguarda o selo de verificação do Inmetro. O discurso é perfeito e politicamente correto, ganhando inclusive a adesão de parcela significativa da população, menos atenta, com o argumento de que eles são necessários para proteger vidas. Ou seja, tudo legal, mas indecorosamente imoral. Nenhum cidadão em sã consciência é contra a instalação de radares eletrônicos para frear os apressadinhos, onde eles são necessários, todavia, o que vem acontecendo é que no “Cesto” dos raros e poucos maus motoristas, (a minoria) estão indo juntos os que cumprem suas obrigações ao volante, a maioria. A diminuição da velocidade nas vias onde não há trânsito de pedestre tem apenas um objetivo com os radares, encher os cofres da Prefeitura, já que 83% das multas por “excesso” de velocidade acontecem por uma diferença de 1 Km/hs a 5 km/hs. Ou seja, passou em um dos pardais, escondidos atrás de árvores a 47 km/hs, o prefeito Belitardo te agradece.

Nenhuma pesquisa já provou cientificamente que “radar” colabora na educação de alguém ou estatisticamente que “radar” evita acidentes, pois não tem o poder de desacelerar os apressadinhos -, muito pelo contrário, o que está realmente provado no Brasil sobre a redução de mortes das pessoas nas avenidas e estradas é a realização dos controles de álcool ao volante, obras de infraestrutura e ações de educação em segurança viária. O município de Teixeira de Freitas chegou alegar em nota oficial que a justificativa da chegada dos radares é para evitar que os motoristas furem o sinal vermelho durante as madrugadas. Embora, quando o condutor fura o sinal vermelho, o motorista brasileiro é compreendido ao furá-lo da meia-noite às 06 da manhã, desde que não ultrapasse dos 40 Km/h, podendo ainda desfrutar de uma tolerância de 7 Km, conforme desdobramento trazido pela Manual Brasileiro de Fiscalização de Trânsito com base no Artigo 208 do CTB.

Investimentos públicos no trânsito de uma cidade é papel essencial para qualquer gestão, pois a educação no trânsito é fundamental para a preservação da vida. Para que todos possam transitar com tranquilidade e segurança nas vias urbanas, atualmente, o Brasil conta com uma Lei Federal, que regulamenta o trânsito de veículos e pedestres: o Código Nacional de Trânsito. Nele, podemos encontrar normas de circulação e conduta para que todos possam ir e vir com segurança, sem conflitos e sem multas. Teixeira de Freitas deveria se exemplar em cidades como Linhares, Vitória, Gramado, Canela, Extrema, Brasília, Petrolina, Teresina, Palmas, Fortaleza, Rio Branco, Curitiba, dentre outras que são modelos de mobilidade urbana e exemplos de educação no trânsito, com obras civilizadas fascinantes, que modelam suas ruas, avenidas, rotatórias e faixas de convenções, formando no próprio trânsito cidadãos mais conscientes e preparados para enfrentar a vida e o trânsito.

Investir em iniciativas e infraestrutura urbana tem por objetivo contribuir na construção de valores, como o respeito ao próximo para a proteção da vida, que é o nosso bem maior -, ao contrário, de querer assumir publicamente a desorganização de uma cidade interessantíssima para o extremo sul da Bahia, que é Teixeira de Freitas e, achar que a punição é o melhor remédio, espalhando radares arrecadadores por toda à cidade, visando apenas o lucro e gerar dor de cabeça aos motoristas, num recado claro ao povo “que se dane a educação e a organização no trânsito, o importante é o dinheiro que se arrecada”. Os radares e o caixa da Prefeitura, uma simbiose legal, mas escandalosamente imoral. (Por Athylla Borborema).

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