Cerca de 32 milhões de crianças e adolescentes brasileiras conviviam em 2019 com um ou mais aspectos da pobreza, segundo estudo divulgado nesta terça-feira, 14, pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância). Os aspectos de pobreza são trabalho infantil e privações de acesso a moradia digna, água, saneamento, informação, renda, alimentação e educação. As informações são do jornal A Tarde.
Para analisar a pobreza multidimensional, a pesquisa utilizou dados oficiais, da Pnad Contínua do IBGE, cujo último ano com informações disponíveis para todos os oito indicadores é 2019. O estudo aponta que 63% dos brasileiros de 17 anos viviam na pobreza, quando consideradas as múltiplas dimensões acima mencionadas.
Ao analisar o recorte da renda disponíveis nos levantamentos do IBGE até 2021, os pesquisadores do Unicef chegaram à conclusão de que, em 2021, o percentual de crianças e adolescentes que viviam em famílias abaixo da linha de pobreza monetária extrema —menos de US$ 1,90 por dia por pessoa (R$ 9,85, na cotação atual dólar.
No caso da alimentação, o contingente de crianças e adolescentes privados da renda necessária para comer de forma adequada passou de 9,8 milhões, em 2020, para 13,7 milhões, em 2021.
Já na educação, após anos em queda, a taxa de analfabetismo dobrou de 2020 para 2022, passando de 1,9% para 3,8%.
Entre as principais privações que impactam a infância e a adolescência estão a falta de acesso a saneamento básico, (21,2 milhões), seguida pela privação de renda (20,6 milhões) e de acesso à informação (6,2 milhões). Em seguida aparecem: falta de moradia adequada (4,6 milhões), privação de educação (4,3 milhões), falta de acesso a água (3,4 milhões) e trabalho infantil (2,1 milhões).