A Caixa Econômica Federal pagou a reforma da iluminação dos jardins da mansão alugada por Pedro Guimarães, ex-presidente do banco, em área nobre de Brasília. O imóvel, com vista para o lago Paranoá, um dos cartões postais da capital brasileira, recebeu postes no valor de 50 mil reais custeados pelo banco estatal, diz informações do jornal Folha de S. Paulo.
Segundo a reportagem, o advogado de Guimarães, José Luis Oliveira Lima, confirmou a realização das obras e disse que a autorização do serviço foi feita pelo setor de segurança após supostas ameaças recebidas pelo ex-presidente do banco. “A Caixa afirma que as obras estão relacionadas à segurança do então presidente e são previstas em normas internas”.
Na quinta-feira, 29, Guimarães não suportou a pressão após denúncias de assédio sexual de funcionárias que atuavam próximas de seu gabinete na CEF e pediu demissão. A exposição do caso caiu como uma bomba no Planalto. Apesar do temor pelo desgaste da imagem às vésperas das eleições, o presidente Jair Bolsonaro (PL) evitou criticar ou comentar as denúncias contra o aliado.
O Ministério Público Federal (MPF) e o Tribunal de Contas da União (TCU) abriram inquéritos para investigar os casos de assédio sexual. Já o Ministério Público do Trabalho (MPT) iniciou uma investigação sobre assédio moral no banco. Na segunda, 4, o MPT fez uma inspeção na sede da Caixa e deve colher depoimentos dos funcionários em breve.
Além dos assédios, Guimarães ainda é suspeito de quebrar a Lei das Estatais ao ocupar cargos remunerados em 21 conselhos administrativos de empresas ligadas ao banco. Ao todo, seu salário superou a cifra de 230 mil reais.