A Polícia Rodoviária Federal (PRF) autuou 14.389 motoristas por dirigirem sob efeito de álcool nas rodovias federais brasileiras. Esse número corresponde a uma autuação a cada 37 minutos, em média. Segundo dados divulgados pela PRF, a pedido da Associação Mineira de Medicina de Tráfego (Ammetra).
Os dados ainda mostram que 41.834 motoristas se recusaram a fazer o teste do bafômetro, o que totaliza 56.223 motoristas que, solicitados, foram flagrados sob efeito de álcool ou não comprovaram a sobriedade.
“Não é difícil deduzir que quase a totalidade daqueles que se recusaram a passar pelo teste tivessem consumido álcool. Para quem não bebeu antes, não faz o menor sentido recusar o teste, já que a recusa, por si só, constitui infração gravíssima, com suspensão da habilitação por um ano e multa de R$ 2.934,70. Felizmente a legislação evoluiu e tanto a recusa quanto provas testemunhais são suficientes para a aplicação da multa”, comenta Alysson Coimbra, diretor científico da Ammetra.
Considerando esse cenário, a cada hora, mais de 6 motoristas foram autuados por desrespeitar a Lei Seca nas rodovias brasileiras. “É um índice alarmante, principalmente porque a combinação perigosa e criminosa entre álcool e direção está entre as principais causas de sinistros de trânsito no Brasil. A nomenclatura correta é sinistro porque, diferentemente dos acidentes, eles podem ser evitados”, alerta Coimbra.
Conforme dados da Secretaria Nacional de Trânsito divulgados na imprensa, nos últimos dois anos, a mistura de álcool e direção matou mais de 2,4 mil pessoas no Brasil. No ano passado, motoristas com suspeita de embriaguez provocaram mais de 325 mil sinistros de trânsito no país, uma alta de 50% em relação a 2021.
Tolerância zero
O médico especialista em Medicina do Tráfego explica que não há consumo de álcool seguro para dirigir. “O álcool altera nosso reflexo, faz com que o motorista adote comportamentos infracionais, como excesso de velocidade, avanço de semáforo, ultrapassagens em locais proibidos e manobras arriscadas”, enumera.