Durante os meses de setembro a março, a temporada de desova de tartarugas marinhas no Brasil recebe milhares de fêmeas reprodutoras para preparar seus ninhos. Como há anos, Mucuri vem recebendo essas fêmeas e o litoral se tornou o berçário principal para a tartaruga-cabeçuda, da espécie Caretta caretta.
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Mucuri (SEMAM) está realizando o monitoramento das áreas de ninhos e desova, diariamente desde o início do período reprodutivo, percorrendo toda orla marítima, desde à divisa com o Espírito Santo até a região de divisa com o município de Nova Viçosa.
O município possui 18 praias em 45 quilômetros de litoral, mas o monitoramento ocorre especialmente nas principais áreas de desova. Esse acompanhamento era feito junto ao Projeto Tamar, que por questões administrativas nas gestões passadas, deixou de monitorar as áreas.
Assim, logo ao assumir a administração municipal, o prefeito Roberto Carlos Figueiredo Costa ‘Robertinho’ (DEM), iniciou ações de cuidado ao meio ambiente, restabelecendo o monitoramento das tartarugas marinhas durante o período da desova.
O biólogo Sandro Akhenaton Sulz Barros Barbosa, servidor responsável pelo monitoramento, faz um alerta à população quanto ao uso adequado e de conservação da praia. “É preciso que os moradores e turistas fiquem atentos à orla, e se observarem algum rastro ou até mesmo visualizar tartarugas à beira mar, entrar imediatamente em contato com a Secretaria de Meio Ambiente”, enfatizou.
Além dos mais de 2 mil filhotes que retornaram ao mar até esta fase da temporada de monitoramente, ainda é esperada mais uma movimentação de tartarugas, que acontece sempre nos mesmos locais. Particularidades como essa, portanto, torna o ambiente mais sensível. Por isso o litoral mucuriense é rigorosamente acompanhado pela Secretaria de Meio Ambiente (SEMAM).
O biólogo Sandro Barbosa destaca que existe um motivo para a legislação do Conama proibir a circulação de veículos automotores nas praias de Mucuri, onde existe ninhos de tartaruga. “Além de infração de trânsito, também é considerado crime ambiental, porque esse fluxo de veículos pode destruir os ninhos ou as proteções que fazemos ao redor deles, além de compactar a areia, o que atrapalha os primeiros momentos de vida dos filhotes, que não conseguirão romper essa areia e ir em direção ao mar”.