A família da mineira Juliana Pimenta Ruas El Aouar, de 39 anos, morta na madrugada do último sábado (2), em Colatina, Noroeste do Espírito Santo, acredita que assassinato foi premeditado e motivo por disputa por herança. Juliana era casada com o ex-prefeito da cidade de Catuji-MG., Fuvio Luziano Serafim, de 44 anos, que está preso acusado de cometer o crime.
O médico-cirurgião e ex-prefeito de Teófilo Otoni, Samir Sagi El-Aouar, contou que Fuvio é viúvo e tem uma filha de 12 anos com a esposa falecida. Segundo Samir, quando Juliana se casou com o ex-prefeito de Catuji, ela concordou em adotar a criança legalmente.
Agora, a menina teria direito a uma herança de cerca de R$1,5 milhão, um apartamento de aproximadamente R$800 mil e uma renda fixa. Entretanto, como é menor de idade, o valor ficaria sob responsabilidade do pai até ela completar a maioridade.
“A filha que é dele [Fuvio] não é dela [Juliana], mas ela adotou a menina, e a menina ficou com a herança da minha filha. A menina tem 12 anos, então o dinheiro vai ficar com o pai. Ele planejou matar minha filha e ficar com a herança. Quando ela falou em separar, ele apressou a morte dela”.
Comportamento agressivo
Segundo o pai de Juliana, Samir Sagi El-Aouar, em entrevista à Rádio Itatiaia, o marido da filha sempre teve um comportamento agressivo. A mulher, inclusive, aparecia frequentemente com hematomas, cortes, e uma vez surgiu com sete costelas quebradas. A defesa de Fuvio não foi localizada para comentar a denúncia do médico.
“Recentemente, ela vinha se machucando e melhorando. Há uma semana ela me ligou pedindo para eu buscá-la na casa dele, que ela não aguentava mais. Trouxemos ela para nossa casa, ela chorou, disse que não queria mais morar com ele, que queria separação”, relata Samir.
“Neste ano ela apareceu com um corte profundo”, revelou o médico-cirurgião Samir Sagi El-Aouar, pai da médica Juliana Pimenta Ruas El-Aouar, em entrevista ao Encontro com Patrícia Poeta, da TV Globo, nesta terça-feira (5).
Samir, que é médico-cirurgião, falou que a filha tinha medo de contar o que aconteceu e que o relatava que havia sofrido uma queda. A família desconfiava. “(O ferimento) foi medido no IML e tinham 7 cm de tamanho de corte. Eu chamei um cirurgião plástico para fazer a sutura e recompor a testa dela. Ele dizia que ela caiu, mas ele a agrediu várias vezes. Nós não tínhamos como comprovar, porque ela tinha medo de contar a verdade e eu ter um confronto ríspido com ele”, contou o pai de Juliana.
Fuvio Luziano Serafim e o motorista do casal, Robson Gonçalves dos Santos, estão presos preventivamente à disposição da Justiça de Colatina, onde aconteceu o crime.