A Polícia Civil de Porto Seguro, prendeu nesta última segunda-feira, 19 de agosto, oito suspeitos de envolvimento no homicídio do cacique Lucas Santos de Oliveira, morto em dezembro de 2023, cerca de um mês antes do assassinato de outra liderança indígena, Maria de Fátima Muniz, a “Nega Pataxó”. Batizada de ‘Operação Para Raios’, a ação apreendeu duas armas de fogo, celulares, drogas e munições.
As prisões aconteceram no município de Pau Brasil, no sul da Bahia. Segundo a Polícia Civil, o cacique foi vítima de uma emboscada no Território Indígena Caramuru Catarina Paraguaçu. O crime foi cometido por uma dupla de moto. Cerca de 200 policiais participaram da operação desta segunda-feira (19).
Lucas de Oliveira foi morto a tiros quando voltava para casa no Território Indígena, levando uma criança na garupa de sua moto. Surpreendido pela dupla de criminosos, ele foi vítima dos disparos de arma de fogo e morreu. A criança não foi atingida.
Na época, a Funai lamentou a morte do cacique por meio de uma nota divulgada em seu site. “Comprometida com a justiça, a Funai acompanhará de perto as investigações para identificar e responsabilizar os autores desse crime. Que a memória de Cacique Lucas seja honrada na contínua luta pela preservação dos direitos e da dignidade dos povos indígenas”, diz o texto.
Cerca de um mês depois, outra liderança indígena do sul da Bahia foi assassinada, durante um confronto com fazendeiros em Potiraguá. Militante do PSOL, Maria de Fátima Muniz foi baleada em um conflito com um grupo reunido por um movimento contra invasões nascido na Bahia, mas que hoje tem atuação nacional. Dois fazendeiros foram presos, e um pataxó com uma arma artesanal também foi detido na ocasião.