O jornalista e poeta Almir Zarfeg lança neste sábado (30/11), na sessão solene da ATL – Academia Teixeirense de Letras, o seu mais novo romance, que desta vez retrata numa ficção muito bem escrita, atraente e humorada a misteriosa história criminal que envolveu o sumiço para sempre do jornalista e radialista Ivan dos Santos Rocha. O escritor Almir Zarfeg, jornalista premiado e presidente de honra da Academia Teixeirense de Letras, resgata essa história em seu novo livro “Homem-gato, homem-feito”. A obra mistura jornalismo e ficção para recontar a história de Ivan Rocha e traz à tona as injustiças que marcaram seu trágico fim.
A trama gira em torno de uma dupla improvável: um jornalista e um gato com poderes especiais, que se unem em uma busca inusitada ao tesouro. Mas o “tesouro” nada mais é do que os restos mortais do jornalista e radialista, desaparecido misteriosamente. A busca começa na boêmia Rua da Pituba e se estende até o Rio Itanhém, passando por uma série de descobertas e coincidências reveladoras.
Zarfeg, que dedicou anos para pesquisar e reconstruir essa história, declarou: “Trinta e três anos após o assassinato brutal, resolvi eternizar o caso Ivan Rocha, misturando jornalismo com fantasia.” O livro é uma homenagem ao jornalista, mas também uma crítica à falta de justiça e à repressão à liberdade de imprensa.
Com capa criada pela designer Gisele Starling e recheado com depoimentos de pessoas que conheceram Ivan Rocha, como Cristhiane Ferreguett e Arolda Figuerêdo, o livro traz à tona preciosas lições sobre a cidade e a coragem de um povo. O romance é totalmente baseado numa história real e, aliás, uma história extremamente conhecida do povo teixeirense.
“Homem-gato, homem-feito” será lançado oficialmente neste próximo dia 30 de novembro, durante a sessão final de 2024 da ATL – Academia Teixeirense de Letras, no auditório do Campus X da UNEB – Universidade do Estado da Bahia, onde Zarfeg será homenageado com uma Moção de Aplauso pela publicação desta obra prima.
Em 2024, completou-se 33 anos do brutal desaparecimento do radialista e jornalista Ivan dos Santos Rocha, de 32 anos na época, um crime que até hoje permanece sem justiça. O caso ocorreu no início da noite do dia 21 de abril de 1991, na Rua Quintino Lima, na conhecida descida da Urbis-I, após uma interceptação veicular e sequestrado por três homens, quando o jornalista pedalava a sua bicicleta, ao sair da casa da namorada, uma pedagoga que por anos serviu de base para as investigações.
O caso deixou um vazio profundo na cidade de Teixeira de Freitas, com a vítima desaparecendo sem deixar rastros e os responsáveis nunca sendo punidos. O julgamento, que envolveu três policiais e um radialista, foi anulado por falta de provas, os acusados libertados e a história seguiu sem um desfecho até a sua prescrição em 2011. Dos quatro acusados, apenas um dos militares está vivo. O livro de Almir Zarfeg é sem dúvidas, uma oportunidade única de reviver uma história que ficou marcada para sempre na memória de Teixeira de Freitas.