Por trás do nome singelo, um fenômeno climático representa contratempos para a economia e a agricultura de vários países. Caracterizado pelo resfriamento anormal das águas do Oceano Pacífico, o La Niña deve se estender por mais tempo em 2023, embora com menor força, apontam especialistas. De acordo com o boletim da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera, o NOAA, órgão de serviços de meteorologia dos Estados Unidos, a maior probabilidade é de que o Pacífico volte à normalidade apenas em meados do verão.
Diante disso, o mês de janeiro deve ser marcado por estiagem no Sul do Brasil, com chuvas um pouco acima da média no Norte e no Nordeste. “O Lã Niña é um fenômeno oceânico que se caracteriza, principalmente, pelo resfriamento anômalo e persistente, ao longo de meses, nas águas das superfícies do Oceano Pacífico Equatorial”, explica o meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia, Mozar Salvador. “No Brasil, os efeitos são sentidos principalmente no Sul do país, com chuvas irregulares, às vezes com ocorrência de veranico ou até mesmo seca. Enquanto que em boa parte das regiões Norte e Nordeste podem sofrer com excesso de chuva ou chuvas mais frequentes”, detalha o especialista.
Ainda de acordo com o Inmet, no momento, o atual Lá Niña está numa fase de processo de enfraquecimento. É o que explica Salvador. “Isso significa que as águas já não estão mais tão frias, começam a se aquecer e se desloca agora para uma fase que chamamos de neutralidade, que deve persistir durante alguns meses”, esclarece.