Um homem que havia sido detido por policiais militares em Itapebi, no final da tarde de domingo (16), foi encontrado morto, horas depois, na cela da delegacia do município. De acordo com o carcereiro, ele já chegou inconsciente à delegacia. A perícia policial constatou que o suspeito foi espancado e torturado. Fonte: Radar64
Epaminondas Batista Mota, de 52 anos, foi preso por uma guarnição de policiais militares de Itapebi por volta de 18h20min, suspeito de ter furtado o telefone celular de uma mulher, e conduzido à DP local. Por volta das 21h, o carcereiro chamou pelo suspeito, que não respondeu. Ao perceber que havia algo errado, o servidor acionou o Samu, que constatou que Epaminondas estava morto dentro da cela.
Em entrevista ao RADAR 64, o coordenador da 23ª Coorpin/Eunápolis, delegado Moisés Damasceno, disse que Epaminondas teria chegado inconsciente à delegacia, conforme relato do carcereiro, que supôs que o suspeito estivesse embriagado.
Após constatada a morte, foi acionado o plantão da Polícia Civil de Eunápolis para fazer a perícia. Segundo Damasceno, o corpo do homem apresentava diversas lesões e marcas de tortura, indicando que ele foi brutalmente espancado.
DEPOIMENTO DOS PMS – O delegado disse que os PMs que conduziram Epaminondas foram ouvidos ainda no domingo, mas não comentaram nada sobre o homem ter chegado à delegacia inconsciente e com marcas de espancamento. Os policiais relataram, em depoimento, que antes de conduzi-lo à DP, teriam levado o suspeito a um hospital de Itapebi, onde foi atendido por uma médica e liberado.
INQUÉRITO – Foi aberto um inquérito policial para investigar o caso. Além de determinar a autoria das agressões, a polícia quer saber por qual motivo os PMs levaram Epaminondas para a delegacia de Itapebi, contrariando o procedimento correto, que seria conduzi-lo para Eunápolis.
De acordo com Damasceno, há uma determinação de que, em municípios onde as delegacias funcionam de segunda a sexta-feira, caso ocorra detenção em feriado e final de semana, os presos devem ser conduzidos para a central de plantão em Eunápolis.
Até o momento, o comando da 7ª Companhia Independente de Polícia Militar não se pronunciou sobre o caso. Os nomes dos PMs envolvidos não foram divulgados.