No ano em que a Semana de Arte Moderna completa 100 anos e a independência do Brasil completa 200 anos, o setor cultural brasileiro cumprirá um calendário de atividades nas capitais e nas principais cidades do país para reivindicar políticas públicas amplificadas, investimentos proporcionais à sua arrecadação para os cofres da União por meio dos indicadores do Produto Interno Bruto, o reconhecimento e o respeito a todos os agentes que promovem cultura no Brasil.
A Marcha da Cultura une pela primeira vez na história todas as alas do setor da economia criativa de ponta a ponta: cinema, teatro, música, dança, humor, moda, fotografia, capoeira, artesanato, literatura, locução, estruturas, gastronomia, folclore, artes plásticas e artes visuais. Dessa união surge o GT-OCEB (Organização pela Cultura e Entretenimento do Brasil) que está discutindo a formação das bancadas da cultura, formada por representantes legítimos que executem projetos de leis em benefício do setor. Fazendo valer de forma construtiva a máxima: “Legislar em causa própria”.
Neste domingo, dia 27 de março de 2022, a Marcha da Cultura promoverá o primeiro ato do seu calendário de atividades, com artistas e ativistas culturais saindo às ruas de 6 cidades do país, no período das 15h às 19h. As cidades que sediarão primeiro a Marcha Cultural são elas: São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Recife, Teixeira de Freitas e Porto Seguro.
Na capital, em São Paulo a concentração será na Avenida Paulista. Na capital, no Rio de Janeiro, a concentração será no Posto 4 da Praia de Copacabana. Em Salvador, o movimento se concentrará no Farol da Barra, na zona sul da capital. Em Recife, o movimento cultural será concentrado no Marco Zero, no Centro Histórico da capital pernambucana. Em Teixeira de Freitas, na maior cidade do extremo sul da Bahia, a Marcha Cultural ganha vida na Praça dos Leões. Em Porto Seguro, terra mãe do Brasil, o movimento cultural terá concentração no Trevo do Cabral.
A marcha será uma mobilização apartidária, pacífica, e recheada de performances e intervenções artísticas, que contará com a participação de artistas, técnicos, produtores, empresários e prestadores de serviços que empunharão faixas e cartazes contendo suas reivindicações, destacando a urgência das demandas de cada segmento da economia criativa, enfatizando a importância de se tratar a Cultura como pauta e não ferramenta, independentemente das ideologias partidárias (de direita, esquerda ou centro).
A população também é convidada para se juntar a mobilização e externar o seu apoio aos profissionais da Cultura. O movimento visa mostrar a sociedade e ao governo, a triste realidade de invisibilidade política e social, onde somente os grandes ícones das artes são vistos e tidos como referência de status e erroneamente creditado a todos os profissionais do setor.
Na pauta da Marcha Cultural estão as necessárias de mudanças na Lei Rouanet, a ativação de programas de incentivo, como o Vale Cultura e o Turismo com Música, a fiscalização das Leis Aldir Blanc e Paulo Gustavo, assim como das Leis 11.769/2008 e a 13.278/16 que deveriam trazer de volta o ensino de música, teatro, dança e artes visuais como matérias curriculares das escolas municipais do ensino fundamental, leis estas que, por falta da representatividade política em favor do setor, não são obedecidas.