Uma tragédia que tirou a vida de sete pessoas no km 85 da BR-356, em Ouro Preto, chama a atenção para indícios de aumento no número de mortos nas rodovias federais que cortam o estado de maior malha viária do país, assim como para a maior letalidade nas colisões. Somado a outros desastres ocorridos nos últimos dias, o grave acidente envolvendo quatro veículos na cidade histórica da Região Central mineira fez duplicar a taxa diária de mortes em estradas federais mineiras, na comparação com o índice dos sete primeiros meses deste ano. De sábado até ontem, foram 12 óbitos em três dias, média de quatro ao dia, enquanto de janeiro a julho o total ficou em 412, média de 1,94 caso fatal a cada 24 horas.
Tragédia em Ouro Preto: desastre reflete violência acelerada em BRs de MG
Essas ocorrências coincidem com discreta redução no número de acidentes registrados pela Polícia Rodoviária Federal nas BRs de Minas. O total de colisões recuou 2,18% de janeiro a julho de 2022, em relação ao mesmo período de 2021, enquanto o número de mortes teve salto superior a 13% (veja quadro), indício de aumento na violência das batidas. A tragédia de Ouro Preto espelha esse quadro: a ocorrência, na noite de domingo, chamou a atenção por ter causado quatro mortes em um dos carros envolvidos e três em outro, enquanto outras oito pessoas ficaram feridas. Dois dos mortos eram crianças.
Duas mulheres e um menino de 10 anos permaneciam internados até a noite de ontem. A criança recebia cuidados na Santa Casa de Ouro Preto e as demais vítimas, no Hospital João XXIII, em Belo Horizonte. Cinco ocupantes dos quatro veículos envolvidos receberam alta após serem atendidos na cidade histórica da Região Central. (Estado de Minas)