Um estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) aponta para altas prevalências de sintomas psiquiátricos entre a população de Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte. O rompimento da barragem da mina Córrego do Feijão, da mineradora Vale, em 2019, deixou 270 mortos.
Os pesquisadores avaliam problemas como depressão, transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), ansiedade, ideias de morte e perda da qualidade do sono.
Segundo o estudo, os sintomas depressivos foram a condição mais prevalente (29,3%), seguidos pelos sintomas de TEPT (22,9%) e de ansiedade (18,9%). Os piores cenários foram entre mulheres, idosos, moradores da área mais próxima à mineração e pessoas com escolaridade de nível médio.
A professora do Departamento de Saúde Mental da Faculdade de Medicina da UFMG, Maila de Castro, explica que esses grupos estão mais vulneráveis ao adoecimento em saúde mental e que precisam de uma atenção especial das autoridades. Além disso, a vulnerabilidade ao adoecimento é mais presente quanto maior a exposição ao desastre.
“A vida ameaçada, a destruição de sua casa ou perder alguém querido são situações comuns em desastres e esses momentos são traumáticos para as pessoas”, afirma Maila, em comunicado.