“Olha a cobra! É mentira”!, diz uma das expressões tradicionalmente citadas durante a quadrilha de São João, um dos festejos mais esperados pelos nordestinos. Principalmente depois de dois anos sem a “festa da roça”. Mas a cobra apareceu de verdade para a família do senhor Antônio e de Marcela, pai e filha, que trabalham com um dos principais produtos juninos, o milho, base da pamonha, da canjica e de tantas outras delicias dos festejos juninos.
Eram 4h da madruga quando o senhor Antônio foi para a roça comprar o milho. Mas ele não contava com o rebuliço que aconteceria minutos depois. No caminhão lotado com a iguaria, vários trabalhadores contavam as unidades e colocavam nos sacos para os muitos compradores. Foi aí que avistaram a cobra. A gritaria foi geral! Pense num bando de homens a “pular” fogueira! Um verdadeiro arrasta-pé, em plena madrugada, em cima do caminhão.
Foi um tal de corre aqui, corre acolá para pegar a cobra, que se esgueirava e tentava escapar em meio ao “milharal” do caminhão. O animal havia se enroscado em pés de milho que cercavam o automóvel para segurar as espigas durante a comercialização. Ao final, eles conseguiram conter a bichinha, que na certa achou que iria participar dos festejos juninos.
Esta é uma das muitas histórias pitorescas que fazem parte do dia a dia da família Silva, principalmente nesta época do ano, quando as encomendas para atender a dez estabelecimentos com as deliciosas iguarias do São João se multiplicam e são distribuídas na capital baiana.
“Fora da época, são mil pamonhas por dia, mas quando chega a época de São João são cinco mil por dia”, explica o senhor Antônio Silva. Isso sem contar com as outras delícias produzidas pela empresa
Das iguarias juninas, a pamonha tem seu lugar de prestígio e deve ser feita com muito cuidado. É preciso observar todos os detalhes para que se ofereça um produto de qualidade, ensina Marcela Silva. (Informações: A Tarde)