Bebê sequestrado em Caravelas seria sacrificado em favor da saúde de “mãe de santo”, conclui polícia

Nesta última quinta-feira, 2 de fevereiro, a Polícia Civil de Caravelas concluiu as investigações do sequestro e cárcere privado de um recém-nascido de apenas 20 dias de vida, ocorrido no dia 14 de janeiro deste ano de 2023,  ocorrido na cidade, praticado pelos suspeitos Ailton Ferreira dos Santos, Michelle da Silva e Leila de Menezes Dias, os três de 41 anos, além de Sthefany de Jesus Silva, 25.

As investigações comprovaram que o sequestro foi previamente combinado entre Ailton, Leila, Michele e Sthefany e a Polícia Civil informa que os envolvidos teriam que sequestrar uma ou duas crianças, sendo uma de cada sexo, para um ritual de magia negra com objetivo de curar um câncer em estado avançado da “Mãe Michelle”.

Sthefany ficou encarregada de pesquisar em residências onde poderia encontrar uma criança recém-nascida para praticar o sequestro e a mesma, ainda segundo a polícia, fotografou várias crianças de famílias conhecidas e as enviou para Ailton e Michele, que não aprovaram, por segundo eles, estarem fora do tamanho padrão para a finalidade que se destinava, ou seja, sacrifício para “salvar a vida” da mãe enferma.

Como Sthefany não encontrou a vítima com idade adequada, uma filha de santo de “Mãe Michele”, como era mais conhecida, identificada como Leila, prontificou-se a vir para Caravelas com objetivo de descobrir uma recém-nascida, e juntamente com Sthefany praticar o sequestro. Enquanto isso, “Mãe Michele” e Ailton aguardariam hospedados em um hotel, localizado em Barra de Caravelas.

O plano macabro

Dando seguimento ao plano macabro, Leila foi até a casa de uma pessoa que ela conhecia, onde confirmou que tinha nascido uma criança a poucos dias e que era ideal para o sequestro, cuja finalidade era o sacrifício em prol da doença de “Mãe Michele”.

Dando continuidade ao plano orquestrado pela mãe de santo, em 13 de janeiro, um dia antes do sequestro, a suspeita foi até a casa da família do recém-nascido e lá deixou uma mochila que seria usada por Sthefany para levar o bebê após o sequestro.

Como na data não foi possível, ficaram de voltar no dia seguinte. Leila ficou com a missão de distrair a família chamando-os para conversar na parte dos fundos da casa, enquanto Sthefany entrava no imóvel para pegar o bebê e fugir com ele dentro da mochila que já estava na residência sem chamar a atenção.

E assim foi feito, as duas vigaristas só não contavam que a avó do recém-nascido ao perceber que a criança não estava na cama da sala também percebeu que a mochila que Leila havia deixado um dia antes também havia sumido, fazendo com que desconfiasse da Sthefany, amiga e prima de Leila, prima.

A polícia foi chamada e juntamente com parentes foram em busca do local onde Sthefany teria ido, enquanto isso, Leila fingia não saber de nada, inclusive disse que na bolsa havia a quantia de R$ 15.000,00 que ela iria usar para fazer o pagamento de diárias de pessoas que tinham trabalhado com ela.

Enquanto isso, Leila usou o telefone e dizia estar falando com Sthefany e que a mesma negava ter feito qualquer coisa e não sabia de nada. A avó da criança e seu irmão falaram pra Leila que iriam até a Polícia e quando saíram da residência, logo em seguida recebeu uma ligação de Leila dizendo que tinha localizado Sthefany e que sabia que a criança estava com ela, inclusive se disponibilizando levar a avó e seu irmão até Barra de Caravelas, onde a sequestradora estava, para fazer a devolução da criança.

Em seu depoimento à polícia, Sthefany falou que ela e seus familiares sofriam pressão e ameaças da “Mãe Michele” e Ailton para que praticassem o sequestro com urgência, inclusive quando estava em Guaratinga chegou a tirar foto de diversas crianças, encaminhou para a “mão de santo” e Ailton, que não aceitaram as crianças para o ritual pois já estavam bem crescidas e o ritual deveria ser realizado com recém-nascidos.

Investigações

A polícia comprovou que Michelle da Silva, q  “Mãe Michelle”, fazendo uso da seita a qual comandava, passou a exigir e ameaçar Sthefany e o próprio Ailton para que providenciassem crianças que seriam sacrificadas com o objetivo de curar a doença que a mesma tinha (câncer), através de um ritual de sacrifício também chamado por “troca de cabeças”.

Conclusão

Após a conclusão o Inquérito Policial, a Polícia Civil de Caravelas remeteu o mesmo à Justiça, com o pedido das Prisões Preventivas dos acusados, o que foi aceito pelo Ministério Público (MP) e apreciado pela justiça que decretou os mandados de todos os acusados. Leila Menezes Dias é considerada foragida da justiça.

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