Um caminhão-museu itinerante será também uma das atrações da Bienal do Livro Bahia, de 10 a 15 de novembro. Ele ficará estacionado na área externa do Centro de Convenções Salvador e a visitação será por ordem de chegada. Intitulado “Itinerários da Independência”, o caminhão-museu foi desenvolvido pelo projeto República, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), entre as atividades da Comissão Especial Curadora do Bicentenário da Independência do Brasil, no Senado Federal. De forma criativa e estimulante, a ideia utiliza recursos expográficos, audiovisuais e bibliográficos para contar a história dos vários planos e conflitos políticos que existiram em torno da Independência do Brasil.
A exposição “Itinerários da Independência” oferece diversas atividades interativas para que os visitantes possam conhecer mais sobre o próprio Brasil. Entre elas estão uma sala de cinema com projeções de vídeos curtos e videoanimações; uma sala de realidade virtual onde é possível ser fotografado participando de dois momentos históricos; uma biblioteca equipada com livros, HQs e oito computadores para escutar podcasts e acessar o site Itinerários Virtuais da Independência.
Além disso, o caminhão-museu conta com onze painéis que reproduzem obras de grandes artistas, brasileiros e estrangeiros, inclusive contemporâneos. São imagens que remetem a eventos emblemáticos que ocorreram nas diferentes províncias do Brasil e, ainda, nas Américas – mas que tiveram repercussão significativa para o processo brasileiro de independência. Dois desses painéis são também “instagramáveis”, com personagens históricos marcantes.
Importante notar que as mulheres têm lugar de destaque no caminhã-museu. Afinal, desde aquela época havia mulheres decididas a governar as próprias vidas, que ameaçavam as convenções morais e sociais estabelecidas, e que dispostas a desafiar o mundo proibido da participação política. Elas também levaram a sério um projeto de Independência para o Brasil. Viveram esse projeto de maneiras diferentes, partiram de patamares sociais desiguais, e atuaram de forma diversa: algumas empunharam armas, outras se engajaram no ativismo político, mas todas recusaram o lugar subalterno que lhes era reservado. Apesar disso, até hoje sabemos pouco – ou quase nada – sobre a história dessas mulheres, como Hipólita Jacinta Teixeira de Melo, Bárbara de Alencar, Ana Maria José Lins, Maria Felipa de Oliveira, Maria Clemência da Silveira Sampaio, Maria Quitéria de Jesus e a Imperatriz Leopoldina.