Uma obra inédita de Tarsila do Amaral, uma das figuras centrais do Modernismo brasileiro, veio à tona quase 100 anos após sua criação, provocando grande agitação no mundo das artes. A descoberta ocorreu em abril de 2024, durante uma feira de arte em São Paulo, e desde então, a notícia se espalhou, suscitando inúmeras perguntas sobre a origem e autenticidade da peça. Agora, após meses de investigação, a família de Tarsila confirmou a autenticidade da obra, adicionando um novo e precioso capítulo ao legado da artista. A reportagem é do Jornal Nacional, da TV Globo.
A revelação do quadro se deu em um ambiente modesto no centro de São Paulo, em uma pequena sala cuja localização é mantida em segredo por motivos de segurança. Lá, o galerista Thomaz Pacheco, responsável por trazer a obra à luz, apresentou o quadro ao público, reforçando sua importância. O quadro, pintado em 1925, faz parte da fase Pau Brasil de Tarsila, conhecida por retratar paisagens brasileiras, tanto urbanas quanto rurais, com uma visão modernista que se tornaria emblemática na história da arte brasileira.
“Tarsila é uma artista que produziu muito pouco em vida; existem menos de 200 pinturas catalogadas. É uma produção muito escassa. Desta forma, poder revelar uma obra inédita significa aumentar o alcance de todo o trabalho da artista. É um patrimônio nacional que agora será descoberto pelo mundo todo”, explica Pacheco.
Poucas pessoas tiveram a oportunidade de ver a obra desde sua descoberta. O mistério que envolvia a autenticidade do quadro gerou debates intensos, especialmente sobre sua origem e os proprietários ao longo do tempo. De acordo com Pacheco, o quadro foi adquirido diretamente de Tarsila em 1951 por Mikael Abouij Naid, um libanês residente no Brasil na época, como presente de casamento para sua esposa, Beatriz Maluf. Após a morte de Beatriz no final da década de 1970, a obra foi levada ao Líbano, onde permaneceu até 2023, quando o filho do casal a trouxe de volta ao Brasil.