A investigação da compra de 300 ventiladores pulmonares pelo Consórcio Nordeste durante a pandemia de Covid-19 no Brasil chegou a um novo rumo na manhã desta terça-feira, 26, com a deflagração da Operação Cianose pela Polícia Federal em quatro estados, incluindo a Bahia, que tem Salvador como palco do cumprimento de mandados. As informações são do jornal A Tarde.
Ao todo, são cumpridos 14 mandados de busca e apreensão em Salvador, no Distrito Federal, e nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Os mandados foram expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e as buscas contam com apoio da Controladoria Geral da União.
Na capital baiana, um dos alvos do mandados é Bruno Dauster, ex-secretário da Casa Civil do governador Rui Costa (PT),q ue foi exonerado em meio a polêmica compra. A operação foi cumprida em um prédio de luxo no Corredor da Vitória, mesmo endereço de Cleber Isac, investigado na operação Ragnarok, em outra fase da mesma investigação.
Dias após a deflagração da Ragnarock pela Polícia Civil da Bahia, a dona da empresa Hempcare, Cristiana Prestes, um dos alvos da operação, citou o ex-chefe da Casa Civil do estado, Bruno Dauster, como o principal responsável pelas negociações envolvendo os respiradores.
A Polícia Federal afirma que o processo de compra contou com irregularidades, com pagamento antecipado de seu valor integral, sem que houvesse no contrato garantia contra eventual inadimplência por parte da contratada. A empresa norte-americana contratada para venda dos respiradores não entregou sequer um equipamento.
De acordo com a PF, os investigados, entre eles o governador da Bahia, Rui Costa (PT), que não foi alvo da operação desta terça, podem responder pelos crimes de estelionato em detrimento de entidade pública, dispensa de licitação sem observância das formalidades legais e lavagem de dinheiro.