Por Redação
A professora e acadêmica Fabiana Pinto faleceu neste sábado (9), no Hospital Sobrasa, em Teixeira de Freitas, aos 48 anos, vitimada pelo lúpus, doença inflamatória autoimune contra a qual lutava desde 2010. O corpo está sendo velado na Primeira Igreja Batista, no centro, e o sepultamento será neste domingo (10), às 10h, no Reviver Cemitério Parque.
Por causa do lúpus, volta e meia, Fabiana tinha que se submeter às internações hospitalares que, nos últimos anos, se tornaram frequentes. Fabi, como era conhecida, acabou não resistindo à doença que acomete principalmente as mulheres. Ainda não existe cura para o lúpus.
Fabiana deixa uma filha de 19 anos – Pérola Pinto Gouveia –, que cursa medicina na Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC) desde 2022. Pérola também inspirou belas histórias à mãe escritora.
Fabiana nasceu em São Paulo em 1975, onde chegou a começar os estudos. Mas, em 1989, a família se mudou para Teixeira de Freitas, onde a criança continuou os estudos no Instituto Francisco de Assis (IFS). Em 1995, ela deu início ao curso de letras na Universidade do Estado da Bahia (UNEB).
No ano de 1996, Fabiana começou a lecionar na Escola Cooperativa de Teixeira de Freitas. Depois retornaria ao IFA como professora. Deu aulas também na Faculdade do Sul da Bahia (FASB) e nos colégios Ângelo Magalhães e Ruy Barbosa, ambos da rede estadual de ensino.
Em 2010 Fabiana descobriu que era portadora do lúpus, mas já em estado avançado. A partir daí, sua vida mudaria completamente, com o afastamento dela das salas de aula e o início das seções intermináveis de combate à doença reumática de consequências devastadora na vida dos pacientes.
Nesse momento Fabiana encontrou na escrita de poemas e crônicas uma válvula de escape para o problema de saúde com o qual teria que conviver para o resto de sua vida. O primeiro livro foi “Do amor à sabedoria”, uma coletânea de crônicas. O segundo foi o livro de poemas intitulado “Uma dose amor, por favor”.
O ano de 2012 marca a incursão de Fabiana nas histórias infantojuvenis, sempre inspirada pela filha Pérola, que teria papel importante nessa nova fase da produção da autora. Os livros “Pérola e suas amigas vencendo os medos”, “Pérola e a lua do mar” e “Saberdolândia” são dessa fase difícil, mas inspiradora.
O reconhecimento não demoraria a acontecer. Dentro e fora do país. Ela sagrou-se campeã do Prêmio Castro Alves de Literatura, nas categorias poesia e crônica, diversas vezes. Já as crônicas “Dá-me tua mão” e “O menino e a pipa” receberam menções honrosas concedidas pela Associazione Culturale Ennio Flaiano e pela Pensieri in Parole, respectivamente.
Na conta desse reconhecimento inclui também a Cadeira 20 da Academia Teixeirense de Letras (ATL), da qual Fabiana Pinto foi titular fundadora, tendo a saudosa Geny Abutrabe Guerra como patronesse.
“Fabi foi uma pessoa especial e uma autora dedicada que parte, prematuramente, mas deixa um legado artístico e amoroso. Por isso, será sempre lembrada pelos leitores, amigos e familiares”, comentou Almir Zarfeg, presidente de honra da ATL.
Em nota de pesar, o presidente da ATL, Raimundo Magalhães, lamentou a partida prematura da acadêmica. “Neste momento de dor, a ATL se solidariza com os familiares, confrades e amigos da ex-titular da Cadeira 20 da confraria teixeirense.”