Por Fabiene Rodrigues Sobrinho
O Projeto Dinamização Cultural levou atrações culturais e emoção para centenas de pessoas em diversos pontos de cidades do extremo sul da Bahia. Denominado de “Dinamização Cultural do Extremo Sul”, o projeto teve abertura no dia 29 de janeiro no Cine Teatro Orion em Itamaraju e se estendeu até o dia 13 de fevereiro, com ações em localidades de três municípios do extremo sul da Bahia, que encheram centenas pessoas de alegria e encanto, por onde passaram pelos espaços onde os eventos aconteceram.
Diversos artistas das mais distintas áreas de atuação apresentaram seus trabalhos, inclusive com a presença de artistas premiados. O projeto Dinamização Cultural do Extremo Sul levou apresentações culturais e oficinas de Literatura de Cordel, Dança Afro, Música, Teatro, intervenções artísticas, exposições e lançamento de livros, atraindo olhares e despertando para a importância de manter vivas as manifestações artísticas regionais, fortalecendo o papel da arte na preservação da identidade de território.
No total foram mais de 30 apresentações culturais durante as três etapas que atenderam à população dos municípios de Itamaraju, Alcobaça, Nova Viçosa e Prado, onde as diversas outras manifestações encantaram o público presente e tornaram as noites muito especial. Pontos altos do projeto, foram os eventos sediados na comunidade quilombola de Helvécia e no balneário aborígine de Cumuruxatiba.
Merece destaque a exibição do curta metragem “A lenda do Monte Pascoal” do premiado diretor Jacó Galdino em parceria com o cineasta Itamar dos Anjos. Fascínio e admiração foram para as apresentações de Dança Afro e a musicalidade do cordelista Regiomar dos Santos e sua amada Kátia, além do trabalho do ator Weldon Bittencourt que ministrou oficinas para iniciantes nas artes cênicas. A cantora Ivone Ferreira e os cantores Rui e Neto Galdino cantaram e encantaram com suas canções autorais, relembrando suas participações em grandes festivais do Nordeste.
Ainda na abertura do Dinamização Cultural em 29 de janeiro, o evento contou com a participação do jornalista e escritor Athylla Borborema, presidente da Academia Teixeirense de Letras, que pisou no palco do Cine Teatro Orion, após 30 anos, onde iniciou a sua articulação artista na época do teatro em Itamaraju no início da década de 90. No evento Athylla Borborema lançou o seu mais novo livro “Frans Krajcberg – O Poeta da Árvore”, uma biografia em celebração ao centenário do artista em 2021. Frans Krajcberg era polonês de nascimento, mas se radicou no Brasil em 1948 e morou os seus últimos 45 anos, no seu Sítio Natura em Nova Viçosa (BA), onde mantinha seu ateliê e o seu museu, ele faleceu aos 96 anos em 15 de novembro de 2017.
O maracatu, do grupo Maracatiba, foi uma atração à parte do Dinamização Cultural, revivendo o folclore brasileiro. A dança de origem africana surgiu em meados do século XVIII remontando a época do Brasil Colonial e consiste em uma mistura das culturas africana, portuguesa e indígena. O grupo de capoeira Art Bahia, que é ponto de cultura de Helvécia, também esteve presente no evento com uma bela apresentação com a coordenação do mestre Reginaldo Cecílio.
Além das ações desenvolvidas em diversos espaços culturais do extremo sul, o projeto Dinamização Cultural também realizou oficinas e outras atividades em escolas estaduais, incluindo como destaque a recepção promovida no CEPRAJ – Colégio Estadual Aurivaldina Joazeiro de Itamaraju (antigo Colégio Modelo), onde os alunos foram recepcionados com uma belíssima apresentação de música e literatura de cordel, havendo uma calorosa participação dos estudantes.
A atriz Thais Marola, que viveu de perto o drama dos itamarajuenses afetados pela enchente de dezembro de 2021, apresentou o espetáculo “A Testemunha da Cheia”, baseado no livro do saudoso poeta Benevides Guilherme Rosa, publicado em 1968 pela Editora Belga de Nanuque-MG., com base na primeira grande enchente de Itamaraju, em dezembro de 1964.
Na avaliação do proponente do projeto, o radialista Aminthas de Jesus, o Dinamização Cultural cumpriu mais uma vez com seu essencial papel para que artistas, equipe técnica e demais profissionais pudessem se apresentar mesmo diante do desafio da pandemia que atingiu em cheio a classe artística e provou que é possível promover a arte com responsabilidade seguindo os protocolos sanitários. E que o Dinamização Cultural demonstrou mais uma vez que é uma ferramenta de grande importância para toda a cadeia produtiva da cultura, especialmente no campo da música, que se potencializou nesse momento de tanta dificuldade no mercado pandêmico.
ARTE E SOLIDARIEDADE – O projeto também executou ações de solidariedade em Itamaraju. Uma parceria com a Loja Maçônica Deus, Caridade e Justiça, possibilitou a distribuição de dezenas de cestas básicas para artistas do município afetados pela enchente. Devido à pandemia, o projeto Dinamização Cultural do Extremo Sul teve suas apresentações culturais transmitidas pelas redes sociais, e contou com público reduzido nos eventos e nas oficinas, como forma de prevenção a Covid-19.
Um estudo realizado com os participantes constatou que até o presente momento nenhum deles apresentou sintomas gripais, fato que reforça a ideia de que é possível realizar com segurança atividades culturais com público controlado e respeitando as orientações sanitárias. O Projeto Dinamização Cultural do Extremo Sul tem o apoio financeiro do Fundo de Cultura da Bahia, Governo do Estado, Secretaria de Cultura e Secretaria da Fazenda.