O empolgante Fórum Social Mundial que este ano aconteceu na Ásia, mais precisamente em Katmandu, capital do Nepal, reuniu 1.200 organizações populares, educacionais, culturais e movimentos sociais de 106 países de todos os continentes, onde se debateu vários assuntos ligados à geopolítica mundial com uma grande diversidade de temas, onde predominou assembleias sobre clima e meio ambiente, violência policial e direitos humanos, educação popular, formação política, feminismo e feminicídio. Onde também se elegeu os 100 melhores educadores do mundo, dentre eles, estão 10 ativistas educacionais brasileiros, referências em educação popular e formação política, todos professores e ativistas ligados a Igrejas e aos partidos políticos PT, PSB e PSOL.
Diversas oficinas temáticas aconteceram entre os dias 15 e 19 de fevereiro de 2024, com a participação de centenas de militantes sociais, educadores populares e ativistas pelos direitos humanos, o meio ambiente, a paz mundial, contra a intolerância religiosa e a violência policial no mundo. A questão climática e o meio ambiente predominaram durante todo o Fórum, mas dois outros temas se destacaram pelo grande número de oficinas e a oportunidade de se realizarem assembleias e encontros entre militantes sociais de todos os países presentes. Foi o caso dos direitos humanos e da educação popular. Mais de 100 organizações entre escolas de formação política de universidades e educadores populares, fundações culturais e partidárias, agências de financiamentos e ONGs de mais de noventa países aproveitaram a oportunidade e promoveram um Encontro Internacional de Escolas de Formação, Universidades Populares e Educadores Sociais por uma Cultura de Paz, articulado por dezenas de entidades latino americanas e africanas presentes ao evento.
Dentre os 100 melhores educadores sociais e populares do mundo estão 36 latino americanos, 14 europeus, 21 africanos, 04 árabes-palestinos, 25 asiáticos. Dentre os latino americanos estão 10 brasileiros que se destacaram nos últimos dez anos na área de formação política e defesa de teses na área de Educação Popular, que estão dentre os 100 melhores do mundo e, portanto, os melhores do Brasil são respectivamente: Ademar Bogo, filosofo, mestre, doutor e pós-doutor em Educação e em Filosofia, professor universitário em Teixeira de Freitas e em Ilhéus, com vários livros publicados sobre o tema educação popular, conferencista nacional dos mais prestigiados e titular da Cadeira nº 38 da ATL – Academia Teixeirense de Letras; Adelar Pizetta, pedagogo com doutorado em Educação Popular e professor universitário no Espirito Santo, também com vários livros publicados e diversas conferências realizadas; Ranulfo Peloso, teólogo e filosofo, educador popular e sindicalista brasileiro – os três primeiros são militantes de base e professores da Escola Nacional Florestan Fernandes do MST e simpatizantes do PT; o 4º nome é do economista, historiador e educador popular Acilino Ribeiro, advogado de movimentos sociais e professor universitário.
Os outros brasileiros homenageados são: Frei Beto e Leonardo Boff, sacerdotes, teólogos e históricos ativistas pelos direitos humanos. Gilberto Carvalho e Pedro Pontual, também considerados referências na área e receberam a mesma honraria de Frei Beto e Leonardo Boff, como referências internacionais na área de educação popular e formação política da sociedade. E fechando a lista dos dez melhores do Brasil, são os pastores Ariovaldo Ramos, teólogo, professor e coordenador da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito. E Henrique Vieira, ator, pastor, com formação em Teologia, historiador, sociólogo, e tem uma larga tradição de luta como educador popular e na área de organização social e, atualmente é deputado federal pelo PSOL do RJ.
Quem é Ademar Bogo
Um dos filhos mais jovens de uma família de agricultores catarinenses com 13 filhos, Ademar Bogo é militante do MST há 40 anos. Passou de camponês para militante da luta pela terra e contra os latifúndios no Brasil quando foi estudar num seminário após a morte do pai, que era da Teologia da Libertação, ligado à Pastoral da Terra e acompanhava os conflitos de terra no país. Começou a militância em 1979, motivado por movimentos populares na Nicarágua e pela ebulição da luta contra a ditadura no Brasil. No entanto, sua análise atual do MST é crítica e reflete a preocupação de quem anseia por um avanço do movimento e não quer retrocesso. Ademar Bogo é atualmente um dos conferencistas mais prestigiados do Brasil e é natural de Quilombo, município situado no extremo oeste de Santa Catarina, mas reside em Teixeira de Freitas, no extremo sul da Bahia, desde 25 de outubro 1985.
O professor Ademar Bogo, tem 66 anos e é pós-doutor pela UFES – Universidade Federal do Espírito Santo; mestre e doutor em Filosofia pela UFBA – Universidade Federal da Bahia; licenciado em Letras Vernáculas pela UNEB – Universidade do Estado da Bahia; bacharel em Filosofia pela UNISUL – Universidade Sul de Santa Catarina; pós-graduação em Psicanálise Clinica pela ACAP – Escola Freudiana de Vitória. Professor do curso de graduação em Filosofia da UESC – Universidade Estadual de Santa Cruz. Professor do curso de Direito nas disciplinas Filosofia, Sociologia Geral, Filosofia do Direito, Antropologia Cultural, Sociologia do Direito na FASB – Faculdade do Sul da Bahia. E professor do curso de pós-graduação em Psicanálise da ACAP/EFV – Escola Freudiana de Vitória.
É editor da Revista Especiaria do DFCH da UESC – Universidade Estadual de Santa Cruz. É titular da Cadeira nº 38 da ATL – Academia Teixeirense de Letras. Autor de dezenas de livros nos mais diversos gêneros, como poesia, teoria social, filosofia da cultura, filosofia da linguagem, filosofia do Direito, temas sobre o pensamento de Karl Marx, ética, questão agrária, educação do campo, mística, movimentos sociais do campo; métodos de trabalho, métodos de pesquisa e teoria da organização política. Ademar Bogo é ainda autor do hino do MST, agricultor e poeta, premiado no Brasil e em vários países do mundo em razão das suas obras literárias publicadas.